Partido Comunista PortuguêsA Comissão Concelhia de Ovar do PCP, tendo reunido na passada sexta-feira, realizou uma apreciação coletiva da situação local e nacional na qual manifesta um conjunto de preocupações relativamente ao futuro do país e da região.

Como é do conhecimento público, a conjuntura económica agrava-se de dia para dia, persistindo a cegueira dos governos, que teimam em aplicar receitas que só agravam a doença, juntando mais crise à crise. O caso da situação grega, que deveria merecer uma aprofundada reflexão por parte do poder político, deixa antever o buraco em que o governo PSD/CDS, com a cumplicidade do PS que assinou de cruz o pacto da troika, teima em empurrar o país.

Num momento em que os governos e as instituições europeias, agindo com serventuários do grande capital, continuam a passar a fatura da crise à generalidade dos trabalhadores, atacando os seus salários, fragilizando ainda mais os vínculos laborais e aniquilando o Estado Social, é tempo de mobilizar todos aqueles que não se conforma com estas inevitabilidades que nos pretendem impor.

Estas políticas de direita não são inevitáveis, nem representam a única solução para a saída da crise (a realidade diz-nos exatamente o contrário). Está nas mãos de todos contribuir para a rutura e por uma alternativa ao serviço de Portugal e do desenvolvimento.

Neste sentido, a Comissão Concelhia de Ovar do PCP apela a todos os democratas, a todos aqueles que se sentem lesados por estas políticas, para que participem nas grandes manifestações convocadas pela CGTP em Lisboa e Porto, no próximo dia 1 de Outubro.

Relativamente ao concelho de Ovar, a Comissão Concelhia vê com profundas reservas as medidas tomadas recentemente pelo governo, no quadro do acordo assinado por PS, PSD e CDS-PP com a troika, com gravíssimas consequências para a região, que vêm dar razão aos múltiplos avisos do PCP relativamente a esta matéria.

Para além dos cortes significativos das transferências diretas do OE para as autarquias e da obrigatoriedade de dispensar pessoal, cita-se, em primeiro lugar, a extinção da Parque-Expo, que na prática acabou por paralisar os investimentos do Polis da Ria de Aveiro, que já deveriam estar há muito no terreno.

Outro aspeto de enorme repercussão prende-se com a anunciada privatização da holding estatal Águas de Portugal, que na prática, a concretizar-se, irá representar a privatização de todos os sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento existente no país, entre os quais, obviamente, a Adra, com todas as consequências gravíssimas que isto representa para as populações, tal como de resto o PCP alertou em devido tempo.

Quanto à Adra, também em consequência do plano de austeridade, são já públicas as orientações que vão no sentido de uma reavaliação de todo o investimento, o que irá obviamente trazer mais atrasos para as infraestruturas de saneamento que continuam ausentes em mais de metade do concelho em pleno século XXI. Estas e outras questões não deixarão de estar presentes na próxima reunião da Assembleia Municipal de 30 de setembro.

 

Ovar 25 de setembro de 2011

A Comissão Concelhia de Ovar do PCP